Restaurante árabe iluminado à noite com fila de pessoas na entrada e um grande logo vermelho no topo, representando o sucesso do marketing de escassez do Al Baik.

Marketing de Escassez: Quando a Fila Vende por Você

Como o marketing de escassez transformou o Al Baik em lenda 

Imagine ter um produto pelo qual as pessoas viajam 10 horas e encaram filas quilométricas apenas para comprar. Esse é o restaurante Al Baik, na Arábia Saudita, onde um simples frango frito foi elevado ao status de “recompensa de Deus”.  

Mais do que sabor, o que impulsionou esse fenômeno foi a combinação certeira de marketing de escassez e criação de uma experiência do cliente única.  

Quer saber, como um restaurante transformou espera e desejo em status cultural? É isso que vamos explorar — e o que isso pode mudar a forma como você pensa marketing e vendas. 

O que é o Marketing de Escassez? 

O marketing de escassez é uma estratégia baseada em um conceito simples: quanto menos disponível algo parece, mais as pessoas o desejam. Essa ideia faz parte do que Robert Cialdini chamou de princípio da escassez, um dos 6 princípios de persuasão apresentados no seu livro clássico Influência: A Psicologia da Persuasão

Em resumo, quando sentimos que algo é raro ou limitado, atribuímos automaticamente mais valor a ele. Por isso, ações como “últimas unidades” ou “oferta por tempo limitado” funcionam tão bem.  

Tipos de Escassez:

  • Escassez de quantidade — limitar o número de unidades disponíveis gera sensação de urgência. 
  • Escassez de tempo — criar prazos curtos para a oferta incentiva decisões rápidas. 
  • Escassez de acesso — restringir quem pode comprar aumenta o valor e a percepção de exclusividade. 

Afinal, ninguém gosta de perder uma oportunidade. E é exatamente esse instinto que o marketing de escassez ativa de forma estratégica. 

O Poder do Marketing de Escassez: A Estratégia do Al Baik

Coxa de frango frita solitária no meio do deserto, simbolizando o desejo extremo criado pela estratégia do Al Baik.

O Al-Baik começou em 1974, quando Shakkour Abu Ghazalah abriu a primeira loja em Jidá, na Arábia Saudita. Na época, havia uma clara falta de frango frito de alta qualidade a preços acessíveis. Abu Ghazalah enxergou essa oportunidade e decidiu criar uma marca de fast-food que priorizasse qualidade, limpeza e preço justo.  

Mas, mesmo que o crescimento inicial tenha sido lento, a reputação do Al-Baik cresceu rapidamente. Nos anos 1990, a marca já dominava a região oeste, especialmente em Meca e Medina, impulsionada por milhões de peregrinos. Esse movimento consolidou uma base de clientes fiel, que ajudou a manter o apelo e a força da marca ao longo dos anos. 

Embora o sucesso do Al-Baik tenha surgido de fatores genuínos como qualidade e preço, a estratégia do Al-Baik também se beneficiou, ainda que acidentalmente, da limitação geográfica.  

Pois, durante décadas, a marca optou (ou foi forçada) a operar apenas na região oeste, tornando-se um dos grandes exemplos de escassez no marketing. Sem grandes expansões imediatas, o Al-Baik se tornou mais desejado exatamente porque era raro. 

Dessa forma,  fenômeno Al- Baik ilustra como o marketing de escassez funciona não apenas como escolha deliberada, mas também como uma poderosa arma da persuasão natural que intensifica o desejo do consumidor. 

O que podemos aprender? 

  • Limitar estrategicamente a oferta pode elevar o valor percebido. 
  • A escassez gera urgência emocional, ativando o instinto humano de não querer perder. 
  • Manter a exclusividade por mais tempo cria legados de marca difíceis de copiar — provando como o desejo do consumidor pode ser cultivado de forma orgânica. 

Portanto, a história do Al-Baik mostra que, em muitas situações, menos pode significar mais.

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Marketing de Escassez em Ação: Quando a Fila é o Produto 

No Al-Baik, a fila deixou de ser um obstáculo e virou parte da magia. Pois, cada minuto de espera reforçava o valor percebido do produto. Dessa forma, quando clientes veem outros dispostos a sacrificar tempo, entendem, intuitivamente, que aquilo deve valer a pena.  

Assim, a fila se tornou um símbolo poderoso de desejo e de prova social— fortalecendo ainda mais a estratégia de marketing de escassez aplicada ao negócio. 

Para entender como a experiência da espera é real e intensa no Al Baik, confira o vídeo abaixo. Um cliente relata como passou 40 minutos na fila — e suas impressões do local.

A psicologia por trás da “verificação por participação” 

De acordo com a psicologia social, observar outras pessoas investindo esforço em algo aumenta nosso próprio interesse. Esse fenômeno, conhecido como “verificação por participação”, explica por que filas atraem ainda mais atenção.

No Al-Baik, quem esperava não apenas queria o produto, mas também validava seu valor publicamente. Ou seja, a experiência do cliente começava antes mesmo de chegar ao balcão, reforçando o impacto do marketing de escassez.

Como transformar atrito em vantagem estratégica 

Embora o senso comum diga que devemos eliminar todos os atritos da jornada do cliente, a verdade é que, em alguns casos, o atrito pode ser uma vantagem. Então, para transformar a fila ou qualquer outro obstáculo em uma ferramenta de crescimento, considere: 

  • Use o atrito para amplificar a exclusividade, posicionando sua oferta como algo especial, como uma fila como estratégia de marketing. 
  • Crie micro-experiências durante a espera, tornando o tempo investido parte positiva da experiência do cliente. 
  • Comunique o valor do esforço, reforçando a percepção de que quem espera, conquista algo raro — fortalecendo ainda mais a prova social no marketing. 

Ou seja, nem todo atrito é ruim — às vezes, é o que cria valor. 

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A Economia da Experiência no Marketing de Escassez 

Em seu livro The Experience Economy, Joseph Pine explica que, no mercado atual, produtos e serviços já não bastam — é preciso entregar experiências. Dessa forma, as marcas que conseguem criar momentos únicos e memoráveis se destacam em meio à concorrência.  

No contexto do Al-Baik, a fila não era apenas um atraso, mas o início da experiência do cliente, um componente essencial para ativar o marketing emocional de forma poderosa. 

Como a experiência da espera virou parte do storytelling 

A longa espera no Al-Baik deixou de ser um obstáculo e passou a ser uma narrativa viva. Pois, cada pessoa que enfrentava a fila carregava uma história para contar: o esforço, a expectativa e, por fim, a recompensa.  

Então, a marca, de forma natural, construiu um storytelling coletivo onde o ato de esperar se misturava ao sabor da conquista. Assim, o Al-Baik provou que o marketing de escassez não é apenas sobre limitação — é também sobre criar laços emocionais que transformam clientes em promotores espontâneos. 

Como usar o storytelling para criar experiências memoráveis 

Storytelling não é apenas sobre falar — é sobre fazer o cliente viver algo digno de ser lembrado. Então, para aplicar isso de maneira prática: 

  • Integre a experiência ao produto, fazendo com que o consumo comece antes da compra — como o Al-Baik fez com a fila na experiência do cliente
  • Envolva emoções reais, ativando o marketing emocional com histórias de esforço, conquista e pertencimento. 
  • Construa momentos únicos que os clientes queiram compartilhar, fortalecendo sua capacidade de criar experiências memoráveis

Em suma, a grande lição é : Venda uma história, não apenas um produto.

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O Paradoxo do Marketing de Escassez na Era do Imediatismo 

Enquanto o mundo corre para tornar tudo instantâneo, o Al-Baik fez o oposto. Em plena era da conveniência digital, ele prosperou fazendo as pessoas esperarem. A fila virou parte da magia, reforçando ainda mais a percepção de valor.  

Em outras palavras, esse movimento inusitado mostra como o marketing de escassez pode funcionar brilhantemente mesmo em tempos de gratificação imediata, tornando a experiência do cliente algo verdadeiramente memorável. 

A importância de respeitar a natureza humana 

Muitas vezes, no impulso de inovar, esquecemos de algo essencial: o ser humano busca rituais, conexão e senso de pertencimento. A psicologia do consumo mostra que as decisões de compra nem sempre são racionais — elas são emocionais e sociais.  

O Al-Baik entendeu isso intuitivamente, criando não apenas uma venda, mas uma jornada compartilhada entre milhares de pessoas. 

Como respeitar a natureza humana para vender melhor 

Ao planejar estratégias, é essencial lembrar que vender não é só entregar um produto; é tocar uma necessidade humana mais profunda. Então, para colocar isso em prática: 

  • Crie momentos de espera positiva, transformando a antecipação em parte da experiência do cliente, por exemplo
  • Use o senso de comunidade, incentivando as pessoas a se sentirem parte de algo maior, reforçando o poder do marketing de escassez
  • Valorize rituais e símbolos, oferecendo marcos que conectem emocionalmente os clientes através da psicologia do consumo

Sendo assim, às vezes, inovar é voltar ao básico: criar rituais que ressoem emocionalmente. 

Conclusão: Como Aplicar o Marketing de Escassez

Pessoas enfileiradas em direção a uma gigantesca fechadura iluminada, representando o conceito de escassez e exclusividade.

O sucesso do Al-Baik mostra que o verdadeiro poder não está apenas em vender rápido, mas em criar significado. Ou seja, ao usar o marketing de escassez, a experiência do cliente e a psicologia do consumo de forma inteligente, eles transformaram filas em desejo e espera em conquista.  

Afinal, às vezes, a inovação mais poderosa é respeitar aquilo que nos torna humanos. 

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